quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Esforço e Confiança



Em Meditações Para o Dia, Osho reflete a respeito da Bem-Aventurança:

"O mais interessante na bem-aventurança é que ela é intrinsecamente um paradoxo e, por sua natureza paradoxal, ela quase sempre foi mal compreendida.

O paradoxo é que o homem precisa fazer muito esforço e mesmo assim, a bem-aventurança não acontece por causa do esforço, ela sempre acontece como uma dádiva de Deus. No entanto, o esforço é imprescindível e sem ele o homem nunca será capaz de receber essa dádiva. Embora ela esteja sempre disponível, o homem continua fechado.

Por isso, todo o empenho humano não é, na verdade, o meio de alcançar a bem-aventurança; ele não pode gerar a bem-aventurança, só pode remover as barreiras. É um processo negativo. É como se você vivesse numa sala fechada, com todas as janelas e portas fechadas: o sol nasce, mas você continua na escuridão. O sol não pode nascer por causa de seus esforços. Nada que você faça permite ao sol nascer, mas você pode abrir as portas ou deixá-las fechadas, e tudo isso depende de seu esforço. Se você abrir as portas, o sol estará disponível para você, do contrário, ele esperará diante da porta, sem bater. Você pode viver na escuridão por toda a eternidade e no entanto, bastaria remover a bareira entre você e o sol.

É preciso um pouco de esforço e um pouco de confiança - um pouco de esforço para remover as barreiras e um pouco de confiança, paciência, espera..."


É o que Abraham Hicks chama de alinhamento, e cristãos chamam de estar no centro da vontade de Deus. E é esse alinhamento que exige esforço para superar as circunstâncias, domar ambições, reconhecer erros e corrigi-los. Penso que vale muito a pena, por isso sigo abrindo minhas portas e janelas, gosto do sol, gosto da luz.


"Não importa a dimensão da escuridão, um raio de luz a dissipa completamente." :)



sábado, 9 de abril de 2011

Não estranhe...

Tô me seguindo... hahaha. Eu sou muito manca nesses assuntos de internet, e estes dias não sei o que fiz aqui, o fato é que estou seguindo a mim mesma.
Vai lá... pode rir. Tentei desfazer o acontecido, mas não consegui. Tudo bem, se eu não prestar atenção em mim mesma, quem o faria?! Vou levar com bom humor minhas trapalhadas, já fui mal humorada, mas não é bom. Não é bom pra saúde, nem pra nada, é só um problema a mais. Vou continuar me seguindo.
Tenho a meu favor que sigo a quem conheço profundamente. Sei dos meus defeitos, conheço minhas limitações e também as qualidades que me fazem superá-las. Sei o que se passa no meu coração, o que quero para minha vida, os valores que acho importantes e busco. Sei de mim o suficiente para querer estar comigo, e acho que isso é bom.
Quem dera pudéssemos seguir com confiança a outros também; construir relações transparentes, livres do medo e da mentira. Fui criada assim, criei meus filhos assim, e sei que é difícil... muitas vezes senti a dor de ser iludida por mentiras sinceras. Muito mais difícil é ver um filho sentir essa dor e ainda assim dizer-lhe que siga sendo honesto consigo e com os outros.
Já há tanta mentira no mundo, aparências de perfeição e felicidade que não existem; busca de status e de poder que na verdade são só uma casca vazia, sem satisfação, sem a glória da alegria que só se encontra na autenticidade.
Da minha parte, continuo na verdade e sou exemplo para meus filhos. Eles já confirmaram que, apesar de difícil, o caminho é compensador. Que bom! Sei que vão ser felizes na vida, que serão bons exemplos para quem for e que o que conquistarem será certamente muito abençoado, creio que nada agrada mais a Deus que a verdade. Não se pode enganar quem nos conhece tão profundamente, eu nem tento. E não trato a ninguém com desconfiança, também. Meu primeiro impulso é confiar, acho importante e, pelo menos, faço a minha parte. Sigo quem eu amo, sigo a quem não conheço tanto e confio... o resto é com a pessoa, é com Deus, deixo livre. Não há benção maior que ser livre e escolher se entregar.

sexta-feira, 25 de março de 2011

DEUS ME VÊ...

Quando eu estava no segundo ano primário estudava numa escola longe de casa, tinha que pegar ônibus e eu ia sozinha, minha mãe recomendava que não falasse com ninguém na rua e eu sempre fui obediente, então não falava. Talvez por não poder falar (e ganhar a fama de antipática da família, do bairro, etc...), sempre fui muito observadora e "pensadora" (que isso eu podia) e tinha uma coisa que me distraía no caminho para a escola... na verdade, quando eu entrava na rua da escola tinha uma coisa que muito me intrigava, era uma frase pintada na lateral do prédio. Meditei muito nisso na minha vida e jamais me esqueci. Não esqueci da frase, nem do que ela me provocava. Dizia, em letras maiúsculas: DEUS ME VÊ. E DAÍ? TUDO COM ELE, POR ELE E N'ELE.
Sabe o que me intrigava? O "E DAÍ?"... Eu pensava: como "e daí?", que desaforo! Achava importante que Deus me visse, acho isso ainda. Tenho respeito e amor profundo por algo que é muito maior que eu, que me cuida, que sinto presente na minha vida, que vejo em cada ser criado. Eu me apegava àquele pedaço de frase: "e daí"...
Que bom que a gente cresce e aprende. Entendi que me apeguei tanto àquele pedaço da reflexão que não entendi o resto, que era mais importante: TUDO COM ELE, POR ELE E N'ELE, esta é a parte que desfaz o malentendido. Sabe aquela música que diz "o que você faz, quando ninguém te vê fazendo?", é por aí... Se o que você faz é com a consciência que Deus te vê, então Deus te vê... e daí? Ele não vai ver nada que eu esconda d'Ele mesmo, até porque é preciso ser muito ingênuo para achar que Deus não vê.
Não vou dizer que só fiz o que é certo, que nunca errei, que não feri ninguém... só que eu não tivesse vivido, o que não é o caso; mas sempre agi de forma a não ofender a Deus tentando enganá-lo. Foi o melhor que extraí dessa reflexão que me acompanha desde sempre. Não me lembro de muita coisa da minha vida nestes anos que estudei nesta escola, mas levo isto para sempre; agora, porém, me atenho à parte mais importante: TUDO COM ELE, POR ELE E N'ELE.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O náufrago (ou O Plano de Deus)

  Após um naufrágio, o único sobrevivente da tragédia agradeceu a Deus por estar vivo e ter conseguido se agarrar a partes dos destroços para poder ficar boiando.
          Este único sobrevivente foi parar em uma pequena ilha desabitada fora de qualquer rota de navegação.
          Ele agradeceu a Deus novamente.
         Com muita dificuldade, ele conseguiu montar com os restos dos destroços um pequeno abrigo para que pudesse se proteger do sol, da chuva, de animais e, também para guardar seus poucos pertences.
          E como sempre ele agradeceu.
          Nos dias seguintes, cada alimento que ele conseguia caçar, pescar  ou colher, ele agradecia a Deus.
           No entanto, certo dia quando ele voltava da busca por alimentos,  encontrou o seu abrigo em chamas, envolto em altas nuvens de fumaça.
         Terrivelmente desesperado ele, gritando e chorando dizia:
         - "O pior aconteceu! Perdi tudo! Deus, por que permitiste que isso acontecesse comigo?"
          Chorou tanto, que adormeceu profundamente cansado.
          No dia seguinte, bem cedo, foi despertado pelo som de um navio que se aproximava.
           - "Viemos resgatá-lo!" - disseram os tripulantes do navio.
          - Como vocês souberam que eu estava aqui?"  - Perguntou ele.
          - "Nós vimos o seu sinal de fumaça"!
          É comum nos sentirmos desencorajados e até mesmo desesperados, quando as coisas vão mal, mas Deus age em nosso benefício, mesmo nos momentos de dor e sofrimento.
        Lembre-se: Se algum dia o seu único abrigo estiver em chamas, esse pode ser o sinal de fumaça que fará chegar até você a Graça Divina.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

A Grande Onda

Eu não sou surfista. Acho até legal, mas não sou, não sei nadar, não sei boiar, nada... Gosto de mar, mas tenho um respeito enorme por isso: se ele me levar, eu vou.
Tive uma experiência no mar que mudou o modo de eu ver as coisas e de reagir a elas. Tenho um amigo querido, que foi meu cunhado e que adora surfar, vai cedo e tudo. Um dia fui convidada a ir junto e aprender a surfar, como sou muito curiosa e gosto de aprender coisas, fui. Depois de estar já cansada de remar e tentar, já saindo da água prá descansar (na verdade eu já tinha desistido por aquele dia....), ele me chamou prá fazer uma última tentativa e eu fui. Coisa triste é a ignorância, como nos mete em encrenca! Sem saber, nem perceber, eu entrei em um canal e o mar foi me levando. Quando percebi não conseguia mais voltar. Meu amigo viu, mas estava longe e eu ainda caí da prancha! Já estava sem pé, sem fôlego, sem força de sair dali e vendo ele vindo de longe e atrás de mim uma onda, que pro meu 1,56m era beeeem grande. Pensei no que poderia fazer antes de me desesperar e foi aí que percebi que não poderia fazer nada. Era muita água (e vinha mais ainda), a distância ainda era grande e eu ali.
Alguma vez na vida você já teve a exata noção do que é se entregar? Pois foi o que aconteceu, não tendo mais o que fazer, me entreguei a o que quer que fosse. Se aquele fosse o momento, eu iria com o mar; ou, se não, eu sairia dali de alguma forma. Aquilo me tranquilizou e tive até fôlego para esperar a ajuda, que chegou em tempo e acabou tudo bem (à tarde senti como se tivesse tomado uma surra, o corpo todo doía, mas eu tava pelo menos viva prá sentir aquilo, então tava tudo bem).
Nunca mais me desesperei depois daquilo, não adianta. O desespero só é um problema a mais, te tira a noção das coisas e não te deixa ver a solução quando ela aparece.
A filosofia do Tao (que eu conheci depois deste evento) ensina a aceitar este fluxo da vida, porque nos vem coisas boas e ruins e temos que saber aceitar e lidar com elas. Não temos o controle das coisas, mas temos o controle do que vamos fazer a respeito do que nos acontece, e é a nossa reação ao que nos acontece que vai nos fazer sair melhores da experiência ou não.
Ainda não sei nadar, nem boiar e desisti de ser surfista também, ao menos por enquanto, mas aprendi a enfrentar as grandes ondas com serenidade e acho que já tô no lucro.
Baitabraço.